Derivações Bíleopancreáticas 2018-01-24T20:47:41+00:00

Cirurgias Bariátrica e Metabólica

 

Derivações Bíleopancreáticas (DBP)

Basicamente, atendem por duas técnicas e são técnicas aceitas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Báriatrica e Metabólica e pelo Conselho Federal de Medicina:

  • Cirurgia de Scopinaro
  • Cirurgia do Duodenal-Swchit

Em ambas, o objetivo é pouco restritivo e extremamente disabsorvitivo, ou seja, diminui muito a absorção dos alimentos/nutrientes.

Ambas veiculam a confecção de uma câmara gástrica menor e um grande desvio intestinal diminuindo em muito a área absortiva intestinal.


Tipo Scopinaro

Foi idealizada, depois de muitos estudos, pelo Dr. Nicola Scopinaro, renomado cirurgião italiano (Dr.Scopinaro honrou Dr.Cid Pitombo ao escrever dois capítulos em seu livro) . O estômago é diminuído em cerca de metade do seu tamanho. O intestino é seccionado e conectado ao estômago que ficou e é feita a reconexão do intestino na sua área final. O objetivo desta cirurgia é restringir um pouco o que é ingerido e promover uma área de absorção intestinal muito pequena (apenas 50 cm).(fig.1)

Figura 1: Aspecto esquemático da cirurgia da derivação bíleopancreática do tipo Scopinaro. Observe que cerca de metade do estômago foi retirado. A 2,5m da junção do intestino fino (delago) com o grosso (aspecto saculado) é seccionado o intestino, e, depois ele é “levado” até o estômago remanescente, aonde é feita uma união (anastomose). Depois é feita uma nova conexão no intestino fino, para que os sucos digestivos provenientes do fígado e pâncreas, possam “escoar” para o intestino e entrar em contato com os alimentos que descem. A maior parte da digestão irá ocorrer somente na pequena área de 50cm, aonde o alimento estará misturado com “todos” os sucos digestivos do fígado e do pâncreas. É importante salientar que com o tempo, o intestino grosso também realizará parte da digestão, modificando um pouco o seu comportamento normal.
Dr.Cid Pitombo e Dr.Scopinaro

Tipo Switch Duodenal

Os princípios básicos são os mesmos. Restringir pouco a ingesta de alimentos e promover muita disabsorção. Nesta técnica, no entanto, o estômago, fica em formato de um tubo e é deixada uma área de absorção intestinal um pouco maior (100cm) (Figura 2).

Figura 2: Cirurgia do Desvio Duodenal. Observe que é deixada uma área maior de absorção, cerca de 100cm, diferentemente, da cirurgia de Scopinaro, cerca de 50cm.
Figura 3

Como fica o meu trato digestivo após a cirurgia:

Como pode ser visto no esquema. Após a cirurgia, o estômago fica reduzido a cerca de 50% da sua capacidade volumétrica. A outra metade é retirada. O intestino é dividido mais ou menos no meio. Uma das partes do intestino fino é conectada na porção final do estômago reduzido e passa a ser denominado canal alimentar. É por este novo caminho que o alimento vai “descer” até o final do intestino. A outra “metade” do intestino será denominado de canal bíleopancreático, pois como o nome diz receberá os sucos digestivos do fígado (bile) e pâncreas. O alimento não passará mais por este canal, mais os sucos bíleopancreáticos seguirão por este canal até a nova conexão feita para a união com o canal alimentar. A partir deste ponto, os sucos digestivos provenientes do canal bíleopancreático entrarão em contato com o alimento que estão vindo pelo canal alimentar. Após esta união o “canal” final passa a se denominar canal comum e neste os alimentos estarão molhados com os sucos digestivos, onde ocorrerá a maior parte da digestão e absorção dos alimentos. Na derivação do tipo Scopinaro, este canal comum é muito curto com cerca de 50cm e no Duodenal Switch é de cerca de 1 metro. No entanto, ambas as cirurgias quando apresentam distúrbios nutricionais, são muito similares. Normalmente vesícula biliar e o apêndice são retirados nas DBP. A primeira porque é muito alta a incidência de formação de cálculos (pedras) na vesícula após estas cirurgias. O apêndice é retirado porque como o canal comum é muito curto e fica no final do intestino, se o paciente no futuro desenvolver uma apendicite poderá comprometer a cirurgia de DBP.

Dr.Cid Pitombo e Dr.Hess (no meio), idealizador do Duodenal-Switch.

Considerações sobre as DBP

Como mantenho a perda de peso?

Ambas as técnicas, por vincularem um desvio no intestino, viabilizando que o alimento chegue mais rápido ao final do intestino delgado, também se beneficiam dos mecanismos de modificação hormonal que aumentam a saciedade. No entanto, a cirurgia do tipo Scopinaro, por manter a parte do estômago que produz a Grelina, o paciente perde muito pouco o seu apetite. Isto é um fator importante, pois pacientes submetidos às DBPs, devem comer mais que os pacientes submetidos a cirurgias como a do Bypass, pois apresentam menor área intestinal para absorção dos alimentos, tendo estes pacientes uma necessidade importante de comerem uma quantidade maior de alimentos como, carne etc.

Se posso comer mais, esta técnica não é melhor?

Na verdade, mesmo em cirurgias que “deixam” o estômago menor como o do Bypass, após passada a fase de adaptação do alimento, o paciente come um volume de alimentos praticamente normal, com os benefícios das modificações hormonais. Nas DBPs, do tipo Scopinaro, o paciente fica com o estômago maior e também não tem os benefícios da perda do apetite pela Grelina. No entanto, as DBPs levam o paciente a uma necessidade de uma dieta especial, que deve ser rica em proteínas e outros nutrientes como em ferro, cálcio e vitaminas, pois por possuírem pouca área de intestino para a absorção destes nutrientes é fundamental que haja uma reposição adequada.

Posso então ficar desnutrido?

Sim. Caso você não siga as orientações médico e nutricionais específicas para estas técnicas, você pode realmente desnutrir. Estas técnicas necessitam de cuidados e reposição de vitaminas e macro e micronutrientes em maior quantidade do que quando comparada às cirurgias do Bypass.

Que benefícios tenho além da perda de peso?

As DBPs, apresentam grande eficiência na resolução de doenças como o Diabetes do tipo 2, chegando acima de 90%. Outras doenças como hipertensão, doenças articulares, alterações do colesterol e triglicerídeos também se beneficiam com a perda de peso. Os mecanismos de resolução destas doenças são hoje conhecidos.

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