Ômicron e grupo de risco – cuidados necessários 2022-03-29T18:52:11+00:00

Imprensa

Janeiro de 2022

 

Ômicron e grupo de risco: ao contrair Covid, pessoas com doenças crônicas devem procurar médico

Por conta das vacinas e sintomas mais leves, pacientes estão deixando de buscar atendimento. Mas pacientes com risco devem ser avaliados por um especialista a fim de evitar casos graves, alerta Cid Pitombo, médico e pesquisador do tratamento da obesidade

As vacinas trouxeram importante redução nos casos graves e óbitos por covid-19, mas pessoas que são do grupo de risco, como imunossuprimidos, obesos, pacientes renais em estágios avançados, portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, fumantes, idosos, gestantes, puérperas e crianças menores de 5 anos, devem procurar atendimento médico, caso sejam contaminadas. O alerta vem do médico Cid Pitombo, especialista em tratamentos para obesidade e cirurgião bariátrico.

Nesta semana, o Brasil registrou aumento de mais de 600% de contaminados pelo novo coronavírus, atingindo a maior média móvel desde julho de 2021. No entanto, os óbitos permaneceram estáveis. No entanto, unidades hospitalares do país começam a indicar aumento de internações; a maioria de pacientes não vacinados.

“A vacina de Covid teve um resultado além das expectativas nos obesos e em outros grupos de risco. Consideramos muito boa a eficácia para que não tivessem complicações da doença, mas isso não significa que eles não devam ser acompanhados por um médico desde o aparecimento dos sintomas, mesmo que pareçam leves. Às vezes, a progressão da doença é imperceptível. A pessoa não tem falta de ar, mas pode estar com a oxigenação baixa. Acompanhamento, mesmo que seja à distância, se o paciente tem um oxímetro em casa para medir a quantidade de oxigênio que está chegando no sangue, é fundamental. O médico sabe a hora que é necessário pedir, por exemplo, um exame de sangue que mostra se está iniciando outras complicações, como o risco de trombose por coagulação sanguínea. Tem sido muito mais raro, mas ainda ocorre e todo cuidado preventivo pode fazer a diferença”, alerta Cid Pitombo, médico e pesquisador da obesidade. O especialista acompanha de perto há mais de duas décadas a realidade da obesidade com maior agravamento em doenças como influenza, diabetes, câncer, etc. Ele foi também o médico responsável pelo tratamento dos atores André Marques e Leandro Hassum.

Outro ponto de atenção para o médico é avaliar quando a pessoa necessita ou não de medicamentos como antibióticos e corticóides.

“É natural que a inflamação da mucosa da garganta por um vírus como o Sars Cov – 2 produza dores fortes, a pessoa fica sem conseguir engolir, e os pacientes já correm para a farmácia para tentar comprar antibiótico sem receitas. Os médicos somente receitam antibióticos para pessoas que estão com febre alta de 39° e persistente, que não está baixando mesmo com o uso de antitérmicos. Nesses casos, mesmo que não haja pus na parte visível da garganta, é recomendável entrar com uma medicação para combater possíveis infecções secundárias ao vírus, por bactérias. Porque isso pode ocorrer após o acúmulo de secreção na garganta, as bactérias podem se desenvolver também. Mas é necessário cautela. Não precisa ser no primeiro dia que a febre aparece no portador de Covid, porque em alguns ela chega alta, mas em dois dias já até some de vez. No dia seguinte já fica mais baixa. O médico avalia todo o quadro de sintomas do paciente antes de prescrever remédios que podem trazer outros problemas de saúde”, explica.

Também são considerados grupo de risco para agravamento da COVID-19 pessoas que possuem enfermidades hematológicas, incluindo anemia falciforme e talassemia, imunodepressão provocada pelo tratamento de condições autoimunes, como o lúpus ou câncer, exceto câncer não melanótico de pele, ou doenças cromossômicas com estado de fragilidade imunológica.

O médico Cid Pitombo pede também que pessoas do grupo de risco não desistam de ser atendidas por um profissional de saúde, já que a demanda aumentou e a espera, até mesmo na telemedicina, tem sido maior.

“A gente sabe que o doente tem dificuldade de levantar para buscar atendimento, quer ficar na cama. Por isso a telemedicina ou atendimento por telefone tem sido tão boa. Pode até demorar um pouco mais, mas o atendimento vai chegar. Não pode é se cuidar sozinho, achando que porque vacinou não vai ter nada”.

Por fim, o apelo do médico é que as pessoas acompanhem as datas de vacinação e fiquem atentas às doses de reforço. “Muitas pessoas que podiam ter ido tomar a quarta dose ou a terceira, por exemplo, não foram e acabaram contraindo Covid nas festividades de fim de ano. E os relatos são de que tiveram sintomas mais fortes do que os vacinados com mais doses. Ou seja, foram sintomas que podiam ter sido evitados, como a forte inflamação na garganta e dores pelo corpo. A vacina é o que está evitando os óbitos nesse momento”.